Cabelo e mulher costuma ser um terreno delicado, nebuloso, trancado a sete chaves ou psicodélico, sem eiras nem beiras. Meu caso era o primeiro. Há alguns anos, quando eu ainda era escrava da escova e da chapinha, tinha muito medo de cortar os fios e mudar de cabeleireiro. Por anos a mesma profissional cortou o meu cabelo do mesmo jeito: três dedos repicado, mais do que isso era um sacrilégio para quem sempre achou lindo as madeixas compridas e cheias de brilho. Só que, chapinha e secador todo dia detonam os fios, então, chegou um dia em que eu tive que cortar. E lá estava eu, comprimento médio, uma franja mais curta, mas amando meu cabelo mais do que nunca (ou pelo menos assim eu achava).
O tempo foi passando e os demais cortes já não ficaram tão bons quanto o primeiro (isso já aconteceu com vocês?), desanimei e voltei a deixar crescer, até o dia que tomei a decisão de libertar meus cachos de uma vez por todas e isso, foi graças a profissional certa que soube me dizer: seus cachos são lindos, deixe eles aparecerem. E mais uma vez adotei o comprimento médio, super repicado, cheio de balanço e leveza para fazer meus cachos ressurgirem com toda a bossa que só o cabelo cacheado tem. Desde então, o comprimento médio é o único que deixa meu cabelo realmente bonito, que dá a estrutura necessária para o meu cacho, que é grande, aparecer bonito e com forma. Ah se eu soubesse disto antes… Com certeza não seria tão apegada com uma coisa que só cresce: cabelo.
Daí por diante, ir cortar o cabelo não é mais necessidade, é um momento de prazer onde vejo meus cachos ganhando forma e volume. Sim, muito volume! Para quem só queria saber do liso chapado, lambido e escorrido, eu mudei um bocado e amo o volume do meu cabelo! Só que não é só o corte que eu amo muito. Tive a oportunidade de ir ao Studio W com a Wella para pintar e cortar os cabelos com o Wanderlei Nunes. Sai de lá outra pessoa com uma marmorização incrível nos fios! Deu luz, realçou ainda mais os cachos, não danificou e ficou lindo! Sempre tive preconceito com tinturas e descoloração, mas desta vez, fiquei tão, mas tão encantada pelo resultado final que com certeza farei mais vezes.
Mais ou menos depois, fui parar pela segunda vez nas mãos de um cabeleireiro tão incrível quanto o Wanderlei: Júlio Crepaldi. Cortar o cabelo com um bom profissional parece frescura, mas depois deste último corte com o Júlio, meu mudo mudou. Ele literalmente construiu o meu cabelo, mecha por mecha. Primeiro à seco e com escova, para repicar bem e tirar as pontas duplas, depois molhado, sentido o peso dos fios e o que eles precisavam. Acho que, sem sombra de dúvidas, foi o melhor corte de cabelo que fiz na vida! Meus cachos nunca ficaram tão bonitos! A Cinthya e a Maraisa também cortaram com ele e sentiram a diferença de um bom corte.
Então, pra você que está aí no dilema do “corto ou não corto”, fica a dica: corte! Se vai ficar bom, depende do profissional e das suas expectativas, mas às vezes mudanças como estas é o que nós precisamos para dar um “up” na alto estima. E que jeito melhor de mudar do que passando a testoura?