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Casual Sunday: The Art of Hearing Heartbeats

Não é muito comum eu me apegar a um livro ao ponto de colocá-lo entre os meus favoritos, ou relê-lo várias vezes. Na verdade, até então haviam apenas dois títulos que ocupavam este lugar na minha biblioteca: If you could see me now da Cecelia Ahen e Fortaleza Digital de Dan Brown (livro esse que já li quatro vezes pelo menos). E eis que encontrei um novo livro para entrar no hall dos mais queridos: The Art of Hearing Heartbeats.

Este livro chegou na minha mão por um mero acaso. Toda vez que entro na livraria, sempre paro na prateleira de pocket books e fico observando os títulos. Como designer, muitas vezes o livro me pega pela capa e a arte do título em questão me saltou aos olhos na prateleira: flores, borboletas e arabescos florais em dourado. O título pareceu bem convidativo e depois de ler as orelhas e contracapa, lá estava eu na fila do caixa. Esperava ter feito uma boa compra, mas mal imaginava que seria a melhor compra literária dos últimos tempos. Este é um livro para se entregar, abrir a mente e se apaixonar perdidamente por cada linha e entrelinha.

The Art of Hearing Heartbeats

A vida de Julia, personagem principal da nossa história, muda na manhã seguinte à sua formatura na faculdade de direito. Seu pai, um respeitado advogado de Wall Street, simplesmente desaparece. Seu último vestígio é uma passagem de avião de Hong Kong para Birmânia. E por quatro anos, isso foi tudo que Julia sabia a respeito dessa história, até que ela mesma resolve percorrer os últimos rastros de seu pai e decide ir até a Birmânia descobrir se seu pai está vivo ou não e o que o levou a deixar a família sem aviso e sem nenhuma notícia. No vilarejo de Kalaw, Julia encontra U Ba, um homem de idade que diz saber tudo sobre ela e seu pai e que promete contar a ela toda a história que ela nunca conheceu: o passado de seu pai e a razão pela qual ele deixou os Estados Unidos.

O livro começa com uma pergunta que a primeira vista parece ter a resposta mais simples de todas: “você acredita em amor? E é em torno disso que a história se desenvolve. E aqui não é apenas o amor da paixão, dilacerante e inconsequente, é o amor mais amplo, em um sentido que eu nunca havia visto sendo abordado em outros livros. O amor interno, como bondade, ou a falta dela. O amor que nos move. “O único sentimento mais poderoso do que o medo”. Parece simplista, parece clichê, mas nunca, durante 325 páginas, me senti tão envolvida e com o coração tão acolhido. Por falar em coração, o título do livro é ao mesmo tempo literal e metafórico, o que torna a história muito mais incrível. Neste meio nos percebemos como as sutilezas da vida são tão importantes quanto os grandes acontecimentos.

The Art of Hearing Heartbeats não é um livro de auto-ajuda, mas é inevitável ler e não pensar em si próprio e no que nos rodeia. Terminei a leitura abraçada no meu exemplar, confortada pelo final que de maneira alguma, poderia ser mais perfeito.

Quem puder, leia (foi traduzido para o português)! Vale cada palavra.

 

Sinopse:

Um bem-sucedido advogado de Nova York desaparece de repente sem deixar vestígios e sem que sua família tenha qualquer ideia de onde ele possa estar. Até o dia em que Julia, sua filha, encontra uma carta de amor que ele escreveu há muitos anos para uma mulher birmanesa da qual nunca tinham ouvido falar. Com a intenção de resolver o mistério e descobrir enfim o passado de seu pai, Julia decide viajar para a aldeia onde a mulher morava. Lá, ela descobre histórias de um sofrimento inimaginável, a resistência e a paixão que irão reafirmar a crença no poder que o amor tem de mover montanhas.

Título: A Arte de Ouvir o Coração
Autor: Jan-Philipp Sendker
Editora: Paralela